Violência policial

Lula critica ação policial ao comentar morte da menina Eloah Passos

Menina de cinco anos foi morta por uma bala perdida enquanto brincava em casa; criança foi atingida quando polícia chegava em um protesto pelo assassinato do adolescente Wendel Eduardo mais cedo

"Essa bala foi atirada para aquele lado para atingir alguém e pegou uma criança de cinco anos de idade. Onde é que a gente vai parar com esse tipo de comportamento, de violência? E muitas vezes é a própria polícia que atira", disse Lula nesta segunda (14/8) - (crédito: Reprodução/Redes Sociais)
Ândrea Malcher
postado em 14/08/2023 13:10

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou a morte da menina Eloah Passos, de 5 anos, no último sábado (12/8). Ela foi vítima de um tiro dentro de casa, na comunidade Cova da Onça, no Morro do Dendê, Rio de Janeiro, enquanto brincava.

“Que bala perdida é essa? Alguém atirou para aquele lado, essa bala não se perdeu. Essa bala foi atirada para aquele lado para atingir alguém e pegou uma criança de cinco anos de idade. Onde é que a gente vai parar com esse tipo de comportamento, de violência? E muitas vezes é a própria polícia que atira”, condenou Lula, nesta segunda-feira (14/8), durante o programa semanal Conversa com o Presidente.

A menina foi baleada durante um conflito causado pela chegada de militares em um protesto contra a morte de Wendel Eduardo, de 17 anos, em uma ação da Polícia Militar (PM) no Dendê, mais cedo naquele mesmo dia. O Comandante do batalhão da PM na Ilha do Governador, Fábio Batista Cardoso, foi afastado.

“Quando a gente fala assim as pessoas pensam que a gente é contra a polícia. Não somos contra polícia não, nós queremos policiais bem preparados, bem instruídos, com bastante inteligência. Agora, o que não pode é sair atirando a esmo, sem saber para onde atira. Porque a bala perdida é um pouco isso: eu atirei em alguém e matei outra pessoa. Que brincadeira é essa? Esse país não precisa disso”, criticou o presidente.

Em entrevista à TV Globo, o tio de Wendel, Marlon Almeida, contestou a versão da polícia, que diz que o adolescente estaria na garupa de uma moto e não parou quando solicitado, além de supostamente estar portando uma pistola, e afirmou que o sobrinho foi alvejado ao erguer as mãos, após perceber a presença dos agentes. "Ele desceu de uma moto, não viu a polícia vindo, não viu a viatura vindo. Quando ele levantou a mão, falaram: 'perdeu'. Quando ele levantou a mão, foi quando ele foi alvejado".

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